Em agosto de 1498, surgiu em Portugal a Irmandade da Misericórdia, entidade com fins humanitários, instituída com o compromisso da Misericórdia de Lisboa, inspirada no exemplo de caridade de Frei Miguel de Contreiras e patrocinada pela Rainha Leonor de Lancastre, esposa de Dom João II. Esta Irmandade, constituída por 300 membros, metade nobres e metade plebeus, gerou uma visão mais sensível do mundo, originando um número cada vez maior de Casas de Misericórdia por todo o país.
A primeira Casa de Misericórdia do Brasil, denominada “Hospital de Santos”, foi fundada por Braz Cubas, em 1543, com o objetivo de exercer a caridade onde quer que houvesse dor física ou moral a aliviar. Mais tarde, foi eliminada também a discriminação entre nobres e plebeus para membros da Irmandade.
A partir de 1839, com a Lei nº 148, ficou livre a criação de hospitais de caridade em todas as cidades que deles carecessem, concedendo-lhes favores e auxílios. Era o início da história das misericórdias brasileiras, atuantes no processo de evolução da medicina e do senso filantrópico da população.
Atualmente, no Brasil, as Santas Casas somam mais de 2.500 hospitais, espalhados em todo o território nacional, responsáveis por cerca de 50% do número de leitos hospitalares existentes no país, na maioria dos casos, consolidando-se como Centros Regionais de Referência e Excelência Médica.